14/11/2012

DO NATAL #1

Por muito contraditório que pareça, sempre gostei do Natal, mas é a época do ano que me deixa mais triste, a sentir-me dos seres mais sós ao cimo da Terra e achar que tenho desperdiçado toda a minha vida.
Mas gosto do Natal.
Todos os anos, por esta altura, começo a fazer planos para o que farei de diferente na decoração da casa e da árvore. Faço planos para fazer alguns dos doces tradicionais e deixar a mesa posta do Natal aos Reis, como se fazia no tempo da minha Mãe.
Mas depois os dias vão passando e o espírito natalício começa a perder terreno para a tristeza que me invade por tantos motivos e outros que ainda vão surgindo...
O Natal sem a minha Mãe nunca mais foi o mesmo.
E nem o poderia ser porque ela era o espírito da festa. Era ela que fazia de tudo para manter as tradições intactas e eu adorava isso, principalmente no Natal.
Hoje, tanto eu como a minha irmã, tentamos o mesmo, mas tanto a geração sénior (avó e tia), como a geração júnior (filhas dela, minhas sobrinhas), não ajudam nada à tradição. Pelas primeiras nem se fazia nada, porque se dão tremendamente mal uma com a outra e passam a vida a dizer mal de tudo o que se faz; pelas segundas, porque não ligam propriamente à tradição e não gostam de ter trabalho com nada.
Sobrando eu e a minha irmã, fazemos os possíveis e os impossíveis para alimentarmos o espírito uma da outra e viver o Natal da melhor forma que conseguimos.
E a tradição diz que a árvore deve ser enfeitada no dia oito de Dezembro, antigo dia da Mãe, e deve ser desfeita no dia de Reis.
Ora este ano, estamos a catorze de Novembro e eu só penso em enfeitar a árvore de Natal. Sinto uma urgência tremenda em me deixar levar pelo espírito natalício e alimentá-lo durante o maior período possível.
Acreditei, no último ano, que este Natal iria ser tão diferente... (tal como planeei todos os anos...). Mas neste último ano sonhei com um Natal mais completo. Com mais amor e ternura, num Natal nunca antes sonhado.
Mas o sonho desfez-se, como todos os sonhos que não vêem a luz da realidade.
E eu não quero ter um Natal a lamentar os sonhos que ficaram pelo caminho.
E o que eu quero é fazer do meu Natal o Natal mais sonhado, até hoje. 
E apesar de sentir saudades da tradição que ficou lá para trás, hoje terei árvore de Natal enfeitada.
Porque se os meus sonhos se tivessem tornado realidade, teriam sido assim.



 

3 comentários:

Carla disse...

umaraparigasimples@gmail.com

Ou então, espera que esta semana ainda a vou postar inteira. Ou então leva aquela assim, como quiseres. :))

A Minha Essência disse...

O Natal, as vivências lá longe, ficam no coração de cada um é certo. Agora, neste presente, cabe-nos lidar com tudo o que está «lá longe» de maneira a não interferir com o agora.

Ana Camboa disse...

Não percas o sonho, Anita.
É bom guardar o passado, desde que ele não tome conta de nós e do nosso presente. O Natal é sem dúvida mágico por tudo o que envolve e espero que o seu espírito nunca se perca, ainda que seja só para ficar bem vivo no nosso coração :)