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04/08/2015

Isso explica...

They fuck you up, your mum and dad.
They may not mean to, but they do.
They fill you with the faults they had
And add some extra, just for you.

Philip Larkin

18/04/2013

DOS BONS DIAS #7


O Controle do Suportável

Tudo o que acontece, acontece de sorte que naturalmente o podes suportar ou naturalmente o não podes suportar; não protestes, mas, enquanto te for possível, suporta-o. Se ao invés é coisa que naturalmente és capaz de suportar, não reguinges, senão mais depressa dás com tudo em terra. Lembra-te, todavia, que és naturalmente capaz de suportar tudo o que de ti depende tornar suportável e tolerável; basta que consideres que é o teu interesse ou o teu dever a impor-te esse trabalho.

Marco Aurélio, in "Pensamentos"


25/03/2013

JUST SAYING #1

Talvez só eu tenha esta opinião, mas não gosto da "so called" arte da Joana Vasconcelos. Tudo muito tradicional, tá certo... Mas eu olho para obras de arte como esta:


E não consigo deixar de pensar nisto:



e não é por isso que a Dona Emília (que lá tenha a alminha em descanso), que me recheou a arca do enxoval com bases para copos, argolas para guardanapos e todo o estilo de naperons, teve direito a exposições em locais todos xpto...

But don't mind me of course!!! Continuação de muito sucesso cara Joana! 

20/03/2013

DAS PERDAS #5

Tenho lido, por essa net'afora, que isto de ligar pessoas a músicas pode correr mal, sob pena de se tornar díficil ouvir esta ou aquela música, depois desta ou daquela pessoa ter-se afastado de nós, da nossa vida, do nosso convívio...
Mas é díficil para mim estabelecer essa separação, porque a minha vida e a música andam de mãos dadas, para não dizer seladas.
Há uma música para quase cada momento da minha vida. Muitas músicas que recordam esta ou aquela pessoa. Muitas músicas mais para locais ou ocasiões especiais e únicos.
Não sei viver de outro modo. A música faz parte de mim.
Mas têm toda a razão. Para além das perdas pessoais e espirituais, há uma necessidade autêntica de fazer um luto a esta ou aquela música. Tenho músicas que ressaquei por muito mais tempo do que me demorou a ressaca da pessoa em si. E é sempre triste esse afastamento de algo que me faz feliz devido a algo que, de alguma forma, me feriu ou me traz memórias menos felizes.
E agora adoptei um tratamento choque para isto: assim que passa ali a fase da negação (chegada a fase da ira), ouço as músicas em loop, até à exaustão. 
Obviamente que irei ligar sempre a música à pessoa ou à situação, mas há um leveza tão grande quando voltamos a cantá-la sem a garganta apertar e os olhos arderem...




DA SANIDADE MENTAL (OU DA FALTA DELA) #2



Não sei quem é... não lhe sei o nome, mas iria estudar-lhe cada traço do rosto e cada gesto que fizesse.
Tenho um fascínio por estranhos que não sei explicar. Gosto de observar e tecer-lhes histórias imaginárias. Dramas. Tragédias. Romances. Hábitos. 
Sempre fui muito observadora, tal como muito boa ouvinte. Infelizmente, a memória não me permite o registo intemporal destas observações.
Mas perderia-me, por momentos, ou pela eternidade, a olhá-lo...

18/03/2013

DOS BONS DIAS #5

Uma das coisas que mais alegria me dá nas redes sociais é ver o anúncio de animais que regressam a sua casa, depois de dias, semanas, meses e até anos, afastados da mesma. Ou porque se assustaram e fugiram, ou porque a curiosidade os levou para longe e perderam o caminho de regresso... Fico sempre de coração tão leve, mesmo que nunca tenha visto ou volte a ver aquele animal.

Hoje vi um apelo de um serra da estrela que se tinha perdido, e necessitava de medicação para a epilepsia, que me deixou de coração apertadinho. Entretanto surgiu a comunicação de que já estava em segurança em casa ♥

Mas uma notícia que me emocionou foi a de uma rapariga decidiu ir a um abrigo para adoptar um gato, e encontrou lá o gato dela, que tinha desaparecido há um ano.



(Procurei uma fonte que me garantisse que a notícia é verídica, mas não encontrei. Neste caso, sinto-me bem só de imaginar que assim possa ter acontecido ☺)

15/03/2013

DOS BONS DIAS #4


 ... missing the cumplicity ...

04/02/2013

Isto do ano novo... #2




Essa segunda parte é que torna tudo mais difícil...

Bem verdade, quando se diz por aí que somos os nossos piores inimigos… Somo-lo quando permitimos de tudo aos outros e voltamos a sê-lo quando nos recriminamos por o ter feito e não conseguimos encontrar o perdão em nós.

Bate-se com a cabeça na parede ‘n’ vezes e parece que não se aprende nada…
Mas como saber, à partida, que vai tudo acabar por ser igual ao que já foi? Quando somos sinceros e partilhamos receios e histórias passadas, não deveriam os outros ser leais o suficiente para não fazerem igual? Não deveria existir um dever moral entre quem se diz amigo, acima de tudo o resto?... Parece que não... Sabe-se criticar o que deixamos que nos fizessem, colocando em causa o nosso amor-próprio. Cospe-se para o ar "eu nunca faria ou aceitaria isso, e não sei como tu fizeste e aceitaste que te fizessem", mas depois não se desviam a tempo...
É que enquanto criticam e diminuem os outros por erros passados, esqueceram-se de fechar o armário e de lá cairam uns quantos esqueletos.

E depois? Depois querem amizade incondicional. "Porque és uma pessoa muito especial e quero ter-te sempre na minha vida." E têm. No passado.
  

07/01/2013

ISTO DO ANO NOVO... #1

... diz que é suposto fazer-se resoluções no ano novo e eu, que nem me consigo organizar na tarefa de comer passa/pedir desejo/comer passa/pedir desejo e quando vou ali na terceira passa enfio goela abaixo as que restam e empurro com o espumante e "ah porra, era para ser em cima da cadeira??? pronto, então esquece lá isso, que ainda não é este ano que isto tudo se realiza, apesar da cueca azul"... onde é que eu ia?... ah sim, das resoluções de ano novo... pah eu não sou boa para fazer muita coisa ao mesmo tempo, apesar de isso ser tido como qualidade inata nas mulheres eu fiquei-me pelos instrumentos de sopro porque deus-ma-livre se eu conseguiria alguma vez tocar bateria ou tocar piano!! Nunca na vida! ... ora... ah resolução de ano novo... pois, não me lembrei de nada na altura, mas no dia seguinte reparei num pormenor em mim, na minha cara (melhor dizendo, na minha testa), que me levou a fazer a primeira resolução do ano: não vou franzir mais o sobrolho!! 
Agora tenho é receio do que vai pensar a malta que passar por mim num daqueles momentos em que eu vá de sobrolho franzido e me lembrar da resolução de ano novo e arregalar os olhos, assim como quem viu um fantasma! Olhem, paciência, não se pode ter tudo: passo por doida, mas não pioro as rugas entre as vistas!

foto daqui

14/11/2012

DO NATAL #1

Por muito contraditório que pareça, sempre gostei do Natal, mas é a época do ano que me deixa mais triste, a sentir-me dos seres mais sós ao cimo da Terra e achar que tenho desperdiçado toda a minha vida.
Mas gosto do Natal.
Todos os anos, por esta altura, começo a fazer planos para o que farei de diferente na decoração da casa e da árvore. Faço planos para fazer alguns dos doces tradicionais e deixar a mesa posta do Natal aos Reis, como se fazia no tempo da minha Mãe.
Mas depois os dias vão passando e o espírito natalício começa a perder terreno para a tristeza que me invade por tantos motivos e outros que ainda vão surgindo...
O Natal sem a minha Mãe nunca mais foi o mesmo.
E nem o poderia ser porque ela era o espírito da festa. Era ela que fazia de tudo para manter as tradições intactas e eu adorava isso, principalmente no Natal.
Hoje, tanto eu como a minha irmã, tentamos o mesmo, mas tanto a geração sénior (avó e tia), como a geração júnior (filhas dela, minhas sobrinhas), não ajudam nada à tradição. Pelas primeiras nem se fazia nada, porque se dão tremendamente mal uma com a outra e passam a vida a dizer mal de tudo o que se faz; pelas segundas, porque não ligam propriamente à tradição e não gostam de ter trabalho com nada.
Sobrando eu e a minha irmã, fazemos os possíveis e os impossíveis para alimentarmos o espírito uma da outra e viver o Natal da melhor forma que conseguimos.
E a tradição diz que a árvore deve ser enfeitada no dia oito de Dezembro, antigo dia da Mãe, e deve ser desfeita no dia de Reis.
Ora este ano, estamos a catorze de Novembro e eu só penso em enfeitar a árvore de Natal. Sinto uma urgência tremenda em me deixar levar pelo espírito natalício e alimentá-lo durante o maior período possível.
Acreditei, no último ano, que este Natal iria ser tão diferente... (tal como planeei todos os anos...). Mas neste último ano sonhei com um Natal mais completo. Com mais amor e ternura, num Natal nunca antes sonhado.
Mas o sonho desfez-se, como todos os sonhos que não vêem a luz da realidade.
E eu não quero ter um Natal a lamentar os sonhos que ficaram pelo caminho.
E o que eu quero é fazer do meu Natal o Natal mais sonhado, até hoje. 
E apesar de sentir saudades da tradição que ficou lá para trás, hoje terei árvore de Natal enfeitada.
Porque se os meus sonhos se tivessem tornado realidade, teriam sido assim.



 

28/10/2012

DAS QUEDAS... #1

Acho que seria uma questão de tempo, esta minha queda.
Aqui sentada, com as lágrimas sempre prontas a manchar-me o rosto, de nó na garganta e peito apertado, chego à conclusão que era uma questão de tempo, esta minha queda.
Aqui sentada, retrocedo vinte anos e tento recordar-me se chorei a perda da minha mãe, amiga e pilar da vida. E não me recordo de o ter feito... Pergunto-me se o fiz, em qualquer altura destes últimos vinte anos. Chego à conclusão que não. Que não a chorei. E do que me relembro é de que me ri... ri muito, durante a noite que antecedeu a despedida definitiva deste mundo físico.
No dia seguinte acordei e retomei a minha, com dezassete anos.
Recomecei?
Olhando agora para trás, não recomecei nada...
Se até ali tinha sido sempre eu e ela, passei a ser eu e ele: o meu pai, ausente na maior parte da minha vida. E a partir daí, com dezassete anos, assumi o comando da casa. Era forte e tinha sido bem preparada a todos os níveis para isso. E a partir daí tenho comandado tudo, porque continuei a ser forte e havia quem de mim precisasse.
E não a chorei.
Nunca.
Aqui sentada, realizo que era uma questão de tempo, esta minha queda.